Projeto da Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas Beatriz da Silva Vanolli
Sua pesquisa visa quantificar e compreender "Alterações da biodiversidade do solo induzidas pela expansão de cultivo de cana-de-açúcar sobre áreas de pastagem extensiva".
A redução da biodiversidade dos solos impacta a redução da qualidade do solo diminuindo a sustentabilidade e produtividade das áreas cultiváveis. A expansão do cultivo de cana de açúcar sobre áreas de pastagem degradas tem sido um dos principais cenários de mudança de uso de terra (MUT) na região centro-sul do Brasil. No entanto, essa conversão pode resultar em impactos negativos na biodiversidade do solo, e nas múltiplas funções e serviços associados a estes organismos.“Com este projeto temos o objetivo de avaliar as alterações na biodiversidade do solo induzidas pela expansão de cultivo de cana-de-açúcar sobre áreas de pastagem extensiva, para determinarmos se há redução da biota e, se a textura do solo favorece a redução ou aumento da mesma” explica Beatriz.
Os locais de estudo estão localizados nos municípios de Brotas e Manduri e representam cenários de expansão da cana-de-açúcar sobre áreas predominantemente ocupadas com pastagem extensiva, inseridas na maior região produtora de cana-de-açúcar do Brasil. As áreas apresentam textura dos solos contrastantes (arenosa e argilosa) e cronossequências de mudança de uso da terra, que incluem: i) mata nativa, ii) pastagem degradada, ii) canavial recém implantado sobre área de pastagem (cana-planta); e iv) canavial consolidado (cana-soca).
“Estamos avaliando os indicadores biológicos solo: Macrofauna edáfica; mesofauna; microrganismos; biomassa microbiana, além dos componentes da biodiversidade da superfície: macro- e mesofauna epígea. Esses invertebrados pertencem a diferentes grupos funcionais que contribuem para múltiplos processos que ocorrem no solo. As formigas, cupins e minhocas, por exemplo, desempenham papel fundamental na estruturação e estabilização dos solos.
Coletamos monólitos e amostras de solo deformadas nas profundidades 0-10, 10-20, 20-30 cm para avaliação da macro- e mesofauna do solo e dos microrganismos, respectivamente. As armadilhas de queda foram instaladas nos locais para avaliação da macro- mesofauna epígea das áreas. Depois de coletados, tanto a macro- quanto mesofauna foram extraídos, quantificados e identificados com o auxílio do microscópio estereoscópico. Os microrganismos ( bactérias, archea e fungos) foram quantificados por meio da técnica de qPCR (quantitative polymerase chain reaction), T-RFLP (Terminal Restriction Fragment Length Polymorphism) e biomassa microbiana.
O projeto ainda se encontra em andamento, estamos fazendo as análises estatísticas e interpretação dos resultados. Este projeto contribuirá para melhor compreensão dos impactos da expansão da cultura de cana-de-açúcar sobre a biodiversidade do solo e as informações geradas servirão de parâmetros para mensurar e compor avaliações integradas de qualidade dos solos e provisão de serviços ecossistêmicos.” relata Beatriz da Silva Vanolli, responsável pelo projeto.
